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Por que precisamos reaprender a nos perder nas nossas viagens

Tenho saudade de quando se perder, e sacar do bolso um mapa amarrotado, era parte da viagem

Cena que um dia deve virar peça de museu (swissmediavision/iStock/)
Cena que um dia deve virar peça de museu (swissmediavision/iStock/)

Se tem uma coisa que perdemos com as engenhocas geolocalizadoras é a possibilidade de se perder. Concordo que, em viagem, é esse exatamente o propósito de um Google Maps no smartphone, mas, desde que eles apareceram, acabamos esquecendo que muitas descobertas surgem das andanças sem rumo. Ou, ainda, das tentativas de achar o rumo quando estamos perdidos numa cidade estranha.

Não vou dizer que um GPS não faz toda a diferença para dirigir em Los Angeles ou Miami, por exemplo. Já quase perdi uma amiga ao desempenhar (porcamente) a tarefa de navegadora de um Mustang em uma LA pré-GPS. E nem vou falar mal desses maravilhosos apps de guias bacanas que disponibilizam mapas offline de grandes capitais.

Muito menos de um recurso que tenho usado feliz em minhas últimas viagens: fazer meu próprio guiazinho do trajeto do dia, marcando os pontos pré-pesquisados no Google Maps (mesmo sem 3G, basta carregar o mapa da cidade no wi-fi do hotel e usar offline).



Mas tenho saudade de quando se perder – e sacar do bolso um mapa todo rasgado nas dobras – era parte da viagem. Mesmo quando ele não funciona para nada.

Em Pequim, por exemplo, nem taxistas nem motoristas de riquixá aceitavam me levar de volta ao hotel sem o cartão com o endereço escrito em mandarim. Mapa? Nem queriam olhar. Também foi uma surpresa chegar a Seul e me dar conta, de malas na mão, que as ruas não têm nome.

Guardo, no entanto, memórias deliciosas de sair sem rumo pelas ruas do Brooklyn, em Nova York, Porto Rico, Kiev, Nápoles, Cracóvia, como se o desenho do mapa-múndi fosse uma quimera. Ou, então, de provocar os sentidos tomando um ônibus aleatório em Paris e descer num genérico de Burkina Fasso.

Mas por que mesmo eu aluguei, sozinha, um carro em Riga, na Letônia, e devolvi, 1 000 quilômetros depois, em Vilnus, na Lituânia, sendo que eu morro de medo de guiar de São Paulo até Ubatuba?

Pelo frio na barriga, senso de aventura, gostinho de desafiar a própria noção de ter controle sobre nossos rumos. Sei lá. Só sei que hoje continuo amando me perder. Ainda mais sabendo que, se a situação fugir muito do controle, basta apelar para o smartphone.


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